RESERVA DO ARVOREDO

Endereço: Av. Bento Gonçalves, 8083

Cidade: Porto Alegre

Data da construção: 2006/2007

Características: 36 unidades residenciais

Com área aproximada de 60 mil metros quadrados, o Reserva do Arvoredo é um condomínio de terrenos que, no passado, foi um sítio de lazer da família do arquiteto.
Cercado de verde por todos os lados, está localizado em Porto Alegre – RS, a cerca de 15 quilômetros do Centro, em uma região conhecida como Agronomia, próxima ao campus da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Rico em fauna e flora, o empreendimento faz divisa com o morro Santana – pertencente à universidade –, que está se tornando a primeira unidade de conservação ambiental em uma capital brasileira. Conta ainda com córregos de água cristalina, blocos compactos de vegetação nativa e grandes conjuntos de pedras.

A questão:
A propriedade, que era um sítio no passado, foi comprimida pelo crescimento da cidade e se transformou em área urbana. Esta nova condição gerou um aumento significativo dos custos de manutenção, principalmente dos impostos.
Diante deste novo contexto, era preciso repensar o modelo da propriedade e, ao mesmo tempo, preservar o seu potencial ecológico e ambiental.

A solução:
Transformar o antigo sítio em um condomínio ambientalmente sustentável, por meio de uma série de soluções diferenciadas.
Com o objetivo de preservar ao máximo a riqueza natural do local, foi definida uma baixíssima taxa de ocupação para o empreendimento: apenas 15% do terreno após a construção de todas as unidades. Foram mantidas, desta forma, 88,5% das áreas com blocos de vegetação nativa.
Para causar o mínimo de interferência na paisagem, as áreas de uso comum do condomínio seguiram um desenho bastante horizontal. Além disso, utilizaram materiais e recursos que favorecem a integração com a natureza – concreto aparente, madeiras de demolição, pedras rústicas e cores terrosas.
Em linha com as características naturais da região, o paisagismo e os jardins foram compostos com espécies de plantas adaptáveis à mata nativa e concebidos para se incorporarem visualmente às construções.
Sempre em respeito às interferências naturais do terreno, o projeto previu ruas e áreas de circulação que se desviam da vegetação de grande porte pré-existente. Da mesma forma, a planta do condomínio integrou elementos da natureza local às áreas construídas como, por exemplo, uma enorme pedra que se insere próxima à piscina térmica.


Foram ainda adotadas várias soluções com foco na preservação e sustentabilidade: vias com pisos permeáveis para facilitar a irrigação do solo, uso de bacias de contenção e retardo para a coleta e reutilização da água das chuvas, além do reaproveitamento de vários materiais, minimizando o desperdício e o impacto de novas extrações.
A complexidade deste projeto demandou um trabalho extenso também na esfera dos órgãos municipais. O resultado foi compensador: aprovação por unanimidade no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre.
Com um conceito pertinente e inovador, o projeto também teve ampla aceitação no mercado e foi totalmente comercializado, sem a necessidade de investimento em mídia ou outras formas pagas de divulgação.